A Síndrome do PADO
Minha ideia original (pelo menos achei que seria) era falar sobre o mundo corporativo, mais especificamente sobre a “Síndrome de Hardy”. Você conhece o desenho “Lippy e Hardy” do leão e da hiena?
Hardy personifica como ninguém a figura do derrotista, de quem acha que tudo à volta é uma ameaça e que nada, nada vai da certo.
Mas antes de mergulhar na síndrome em questão, resolvi fazer uma breve pesquisa sobre o mundo das síndromes corporativas e o que vi foi assustador! Existem síndromes para todos os temas, gostos, intensidades e justificativas. Elas são descritas por médicos, institutos de coaghing, escritores, consultores, instituições acadêmicas, institutos de pesquisa entre outros. Aqui vão algumas delas: Síndrome da Amnésia Glúteo Corporativa; Síndrome de Burnout; do Impostor; do Fomo; de Narciso e Pigmalião; de Abstinência Corporativa; de Nabú; da Procrastinação entre tantas outras, que não resisti e, ao invés de falar da Síndrome de Hardy, resolvi sugerir mais uma Síndrome Corporativa:
PADO – Síndrome do Plug Atrás da Orelha.
Que é a dificuldade de se relacionar com as pessoas presencialmente, porem com grandes habilidades em conectar-se com varias pessoas e situações no mundo virtual ao mesmo tempo.
Já percebeu que estamos ficando tão viciados a fazer interface com sistemas que estamos desgostando ou perdendo o jeito de fazer interface com gente no dia a dia da empresa?
É lógico que isso não se dá apenas no mundo corporativo. A tecnologia da informação, que é fantástica, também está nos prestando este desserviço fazendo com que desaprendamos a nos socializar. Se não, veja esse exemplo: vi um comercial de TV sobre um aplicativo para pedir comida, onde ao final da fala do ator destaca a seguinte frase “o que é ainda melhor, você não precisa falar com gente!”. Apesar de compreender o contexto, isso doeu em meu ouvido, mente e coração.
Voltando a vida corporativa aqui vão alguns dos sintomas dessa síndrome: só despachar via e-mail, reuniões apenas por Skype, gestão suportada apenas por dados do software de BI, falta de tempo de ouvir as pessoas, dar feedback apenas sobre dados métricos não suportar falar dos aspectos comportamentais, detestar ir a campo ou visitar clientes, ficar impaciente na reunião e olhando as redes sociais no celular, no meio de uma conversa fica desesperado para abrir o e-mail quando vê o aviso de nova mensagem, entre outros.
Assim, nossa forma de viver o mundo do dia a dia da empresa está migrando do olhar nos olhos e conversar com as pessoas para olhar apenas (esse é o problema) nas telas do desktop, tablet e celular.
Por favor, não me entenda mal, adoro a convivência com essas tecnologias que nos tornam mais eficientes e trazem comodidade o nosso dia a dia, mas na vida corporativa os melhores resultados são atingidos com as pessoas. Assim, precisamos estar atentos para não virarmos autômatos em nossas relações profissionais.
Acredito piamente que a simbiose entre tecnologia e interação com gente seja o ideal para fortalecer as relações e melhorar o desempenho dentro das organizações.
Pense nisso!
Autor: Jorge Luiz
Fundador e Diretor da Biancamano & Associados